Compreendendo o Uso de Benzodiazepínicos: Orientações e Cuidados

Informações essenciais sobre os efeitos do uso de benzodiazepínicos a curto, médio e longo prazos, além de alternativas terapêuticas como a psicoterapia comportamental.

O que são benzodiazepínicos e para que servem?

Definição

Medicamentos que atuam no sistema nervoso central, promovendo um efeito calmante.

Usos Comuns

Tratamento de ansiedade, insônia, crises de pânico e alguns tipos de convulsões.

Exemplos

Diazepam, alprazolam, lorazepam e clonazepam.

Consumo de Benzodiazepínicos no Brasil

O Brasil está entre os países com maior consumo de benzodiazepínicos no mundo. O fácil acesso e a percepção de que são “seguros” contribuem para o uso indiscriminado, aumentando o risco de dependência e outros efeitos adversos.

Riscos do uso de benzodiazepínicos a curto prazo

1

Sonolência e fadiga

Dificuldade para manter-se alerta, prejudicando tarefas que exigem atenção.

2

Tontura e falta de coordenação

Aumento do risco de quedas, especialmente em idosos.

3

Problemas de memória e concentração

Dificuldade para lembrar informações recentes ou manter o foco.

4

Alterações no humor

Possível irritabilidade, confusão mental ou agitação paradoxal.

Efeitos do uso a médio e longo prazos

1

Dependência

O corpo se acostuma ao medicamento, tornando difícil interromper o uso sem desconforto.

2

Síndrome de abstinência

Sintomas como insônia intensa, irritabilidade, ansiedade aumentada ao tentar parar o medicamento.

3

Comprometimento cognitivo

Dificuldades persistentes de memória, raciocínio lento e diminuição da capacidade de resolver problemas.

4

Alterações comportamentais

Apatia, desmotivação, isolamento social e até sintomas depressivos.

Sinais de alerta: quando procurar ajuda?

Dependência

Sensação de "não conseguir viver" sem o medicamento.

Aumento da dose

Necessidade de aumentar a dose por conta própria para sentir o mesmo efeito.

Problemas cognitivos

Dificuldades de memória ou concentração.

Mudanças no humor

Apatia, irritabilidade ou tristeza constante.

Se você identificar algum desses sinais, converse com um profissional. Nunca interrompa o uso abruptamente.

Intervenção Farmacológica

Identificação

Ajuda a identificar pensamentos e comportamentos inadequados.

Modificação

Promove mudanças duradouras nos padrões de pensamento e comportamento.

Autonomia

Promove a independência do paciente em relação à medicação.

Habilidades

Ensina habilidades para lidar com estresse, ansiedade e insônia de forma saudável.

Como a psicoterapia pode ajudar a reduzir o uso de benzodiazepínicos?

Tratamento da insônia

Ajuda a identificar e modificar padrões que interferem no sono, melhorando a qualidade do descanso sem medicação.

Reestruturação cognitiva

Auxilia na identificação de pensamentos automáticos negativos que alimentam a ansiedade.

Técnicas de relaxamento

Ensina métodos para reduzir a tensão física e mental, como exercícios de respiração e mindfulness.

Exposição gradual

Trabalha a exposição controlada a situações temidas, reduzindo a dependência do medicamento.

Benefícios da psicoterapia comportamental

1

Autonomia

Recuperação da confiança em enfrentar desafios sem medicação

2

Habilidades de enfrentamento

Desenvolvimento de estratégias para lidar com ansiedade e estresse

3

Mudanças duradouras

Promoção de alterações comportamentais e cognitivas a longo prazo

4

Redução da dependência

Diminuição gradual do uso de benzodiazepínicos com apoio profissional

Orientações para o uso seguro de benzodiazepínicos

Acompanhamento médico

Use sempre sob orientação de um profissional de saúde, com um plano claro para o tempo de uso e estratégia de descontinuação.

Consciência dos riscos

Esteja ciente dos potenciais efeitos colaterais e riscos associados ao uso prolongado.

Busca por alternativas

Considere a psicoterapia comportamental como uma opção complementar ou alternativa ao tratamento medicamentoso.

Conte comigo

Apoio profissional

O acompanhamento por profissionais qualificados é fundamental para um uso seguro de benzodiazepínicos e para explorar alternativas terapêuticas.

Autocuidado

Informação, acolhimento psicológico e práticas de autocuidado são peças-chave para uma vida mais equilibrada e saudável.

Suporte contínuo

Lembre-se: cuidar da sua saúde mental é um processo que vai além dos medicamentos. Busque apoio e informação sempre que precisar.

Referências

Behere, P. B., Das, A., & Behere, A. P. (2019). Clinical psychopharmacology: An update. Springer Nature Singapore. https://doi.org/10.1007/978-981-13-2092-7