Compreendendo o uso de benzodiazepínicos: orientações e cuidados
O que são benzodiazepínicos
O Brasil está entre os países com maior consumo de benzodiazepínicos no mundo. O fácil acesso e a percepção de que são “seguros” contribuem para o uso indiscriminado, aumentando o risco de dependência e outros efeitos adversos.
O que você pode sentir
Riscos do uso a curto prazo
Sonolência e fadiga
Dificuldade para manter-se alerta, prejudicando tarefas que exigem atenção.
Tontura e falta de coordenação
Aumento do risco de quedas, especialmente em idosos.
Problemas de memória e concentração
Dificuldade para lembrar informações recentes ou manter o foco.
Alterações no humor
Possível irritabilidade, confusão mental ou agitação.
Efeitos do uso a médio e longo prazos
Dependência
O corpo se acostuma ao medicamento, tornando difícil interromper o uso sem desconforto.
Síndrome de abstinência
Sintomas como insônia intensa, irritabilidade e ansiedade aumentada ao tentar parar o medicamento.
Comprometimento cognitivo
Dificuldades persistentes de memória, raciocínio lento e diminuição da capacidade de resolver problemas.
Alterações comportamentais
Apatia, desmotivação, isolamento social e até sintomas depressivos.
O que um
profissional vê
Dependência
Relatos da sensação de "não conseguir viver" sem o medicamento.
Aumento da dose
O paciente sente a necessidade de aumentar a dose por conta própria para sentir o mesmo efeito.
Problemas cognitivos
Sinais de dificuldades de memória ou concentração.
Mudanças no humor
Apatia, irritabilidade ou tristeza constante.
O que podemos fazer juntos
Intervenção farmacológica
Ajudar a identificar pensamentos e comportamentos inadequados.
Promover mudanças duradouras nos padrões de pensamento e comportamento.
Promover sua independência em relação à medicação.
Ensinar habilidades para lidar com estresse, ansiedade e insônia de forma saudável.
Psicoterapia
Ajudar a identificar e modificar padrões que interferem no sono, melhorando a qualidade do descanso sem medicação.
Auxiliar na identificação de pensamentos automáticos negativos que alimentam a ansiedade.
Ensinar métodos para reduzir a tensão física e mental, como exercícios de respiração e mindfulness.
Trabalhar a exposição controlada a situações temidas, reduzindo a dependência do medicamento.
Como a ciência ajuda
Benefícios da psicoterapia comportamental
Autonomia
Recuperação da confiança em enfrentar desafios sem medicação
Habilidades de enfrentamento
Desenvolvimento de estratégias para lidar com ansiedade e estresse
Mudanças duradouras
Promoção de alterações comportamentais e cognitivas a longo prazo
Redução da dependência
Diminuição gradual do uso de benzodiazepínicos com apoio profissional
Referências
Behere, P. B., Das, A., & Behere, A. P. (2019). Clinical psychopharmacology: An update. Springer Nature Singapore. https://doi.org/10.1007/978-981-13-2092-7